segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Resenha do Filme “Contágio”

... Uma das coisas bacanas deste filme “Contágio” é que, acompanhamos o “durante” de uma epidemia global, do primeiro infectado até os milhões de mortos. E o realismo com que o filme retrata o pânico generalizado de uma situação destas é bem perturbador.


Contágio é um drama. A trama acompanha diversos personagens ao mesmo tempo, mostrando como eles se comportam diante de uma pandemia, que começa já nos primeiros minutos de filme...

A ideia é bacana pois mostra desde o renomado médico que representa a Organização Mundial da Saúde – Dr. Ellis Cheever, vivido por Laurence Fishburne – e sua equipe que busca uma vacina para a doença misteriosa até o cidadão comum, Mitch Emhoff, um pai de família desesperado (Matt Damon) que perdeu a esposa (Gwyneth Paltrow) em questão de dias e agora luta para proteger a filha da doença.

Há muita política envolvida também, com discursos sendo cuidadosamente preparados para não alarmar os cidadãos, e coisas do tipo. O clima de conspiração também é constante, com o blogueiro/jornalista investigativo Alan Krumwiede (interpretado por Jude Law) conspirando contra o governo e as indústrias farmacêuticas, incitando o uso de remédios homeopáticos e se tornando uma celebridade na internet.

A edição do filme vai se alternando entre estes e vários outros personagens, o que deixa o andamento da história bem dinâmico e interessante. Mas o principal triunfo do roteiro é sem dúvida a forma como ele retrata o caos que assola a humanidade quando ela se depara com uma pandemia tão poderosa. O que começa com um caso isolado na Ásia cruza o oceano e em questão de semanas já matou 2,5 milhões de pessoas.

Em certo ponto uma enfermaria improvisada sequer tem sacos mortuários para “empacotar” tantos mortos. Pessoas afoitas por uma suposta cura homeopática perdem a razão e pisoteiam-se para ver quem consegue uma dose. Tenso.

Os paranóicos certamente sairão do cinema em pânico, evitando contato com outras pessoas e andando de ônibus sem se segurar nas barras de apoio.( eu fui uma destas pessoas rs risos)

Contágio mostra várias metrópoles do mundo e sempre deixa claro ao espectador quantos dias se passaram desde que a doença começou a se espalhar. Este artifício é muito bom para percebermos como, em pouquíssimo tempo, as pessoas comuns podem perder a razão devido ao medo.

Enfermeiros entram em greve para não ficarem expostos, lixeiros param de trabalhar para não entrar em contato com material infectado, escolas fecham, lojas, farmácias (e casas) são arrombadas e saqueadas, médicos e cientistas influentes são sequestrados por quem se acha no direito de “furar a fila” na hora em que a cura for descoberta.



Este caos todo é filmado sem muitas firulas pelo diretor, Steven Soderbergh . Sabendo do elenco estrelado que tem em mãos, o diretor não usa de cortes rápidos, deixando que os planos se alonguem para expressar as emoções de cada um. Alguns planos-detalhe de pessoas tocando em maçanetas, botões de elevador ou simplesmente se cumprimentando evidenciam a rapidez com que a doença se espalha.

Em resumo, Contágio é um filme que faz muito bem aquilo à que se propõe. Sua história é densa, mas não a ponto de se tornar excessivamente complicada e todos os seus (diversos) personagens principais são relevantes, cada um do seu jeito.

Sem efeitos especiais mirabolantes ou grandes cenas de ação, o filme consegue prender a atenção do espectador pelo que realmente importa: seu roteiro. Salvo alguns sumiços misteriosos de alguns personagens, Contágio é uma ótima pedida para os fãs de um bom drama, especialmente se acompanhado por uma boa dose de conspiração...



Fonte: http://www.arkade.com.br/cinema/cinema-nossa-resenha-filme-contagio/

2 comentários:

Pipoka disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pipoka disse...

Do mesmo diretor de Onze Homens e um Segredo ....

Em um bar de aeroporto, um viajante internacional coloca a mão na tigela de salgadinhos antes de entregar seu cartão de crédito ao garçom. Uma reunião de negócios começa com uma rodada de apertos de mãos. E um vírus mortal é transmitido. Quando Beth Emhoff (Gwyneth Paltrow) retorna a Minneapolis após uma viagem de negócios em Hong Kong, aquilo que ela imaginava ser o efeito do fuso horário toma um rumo inesperado. Dois dias mais tarde, ela morre em um pronto socorro. Os médicos dão a notícia à família e ao marido em estado de choque e dizem que não têm ideia da causa da morte. Em seguida, outras pessoas passam a exibir os mesmos sintomas misteriosos: tosse seca e febre, seguida de convulções, hemorragia cerebral e, por fim, morte.

Em Minneapolis, Chicago, Londres, Paris, Tóquio e Hong Kong os números rapidamente se multiplicam: um caso vira quatro, depois dezesseis, centenas, milhares enquanto o contágio varre todas as fronteiras, alimentado pelas inúmeras interações feitas pelos seres humanos no curso da vida diária. Explode uma pandemia mundial. Nos Centros de Controle e Prevenção de Doenças nos Estados Unidos, os pesquisadores tentam decifrar o código biológico único do patógeno, enquanto ele continua a se modificar.

O Vice-Diretor Cheever (Laurence Fishburne) tenta administrar a situação de pânico a despeito das suas próprias preocupações e, mesmo assim, tem de enviar uma jovem e corajosa médica (Kate Winslet) para enfrentar o perigo. Enquanto isso, em meio a uma onda de suspeitas sobre uma vacina em potencial - e sobre quem deve recebê-la primeiro - a Dra. Leonora Orantes (Marion Cotillard), da Organização Mundial da Saúde, trabalha com uma rede de conexões que pode levá-la à fonte do problema que estão enfrentando. Em uma sociedade que desfalece enquanto o número de mortes cresce e as pessoas lutam para proteger a si e àqueles que amam, um blogueiro e ativista (Jude Law) alega que o público não está recebendo toda a verdade sobre o que está de fato acontecendo, e com isso dá inícia a uma paranoia sobre epidemia e medo tão infecciosa quanto o próprio vírus.